O Tiago nasceu em Lisboa em 1975, e aos 16 anos já tinha decidido que queria ser músico profissionalmente. Este caminho levou-o a estudar piano na Escola de Música do Conservatório Nacional durante os 4 anos que se seguiram. É cantor, compositor, teclista, produtor e já passou pelo teatro como actor, mas é com a versatilidade e alcance da sua voz que tem conquistado o seu lugar no mundo da música.

Desde cedo o Tiago sentiu uma grande atracção pelo rock progressivo e alguns dos seus grandes porta-bandeiras: Genesis, Pink Floyd e Marillion são ainda os seus preferidos, denotando a sua apetência pelo rock melódico em detrimento do experimentalismo extremo. No fundo tratam-se de bandas que se distinguem pelo formato canção embora expandissem livremente esse formato adaptando-o a narrativas mais ou menos complexas e pré-determinadas. Assim não admira que aos 16 anos fundasse aquela que iria ser a sua bandeira até aos 32: os Forgotten Suns. Com eles aprendeu, experimentou, errou e acertou até atingir alguma maturidade musical ao longo de 3 discos (quando foi convidado a sair, o Tiago tinha composto grande parte do terceiro disco da banda, apesar do resultado final ter ficado dramaticamente diferente após a sua saída).
Dois anos antes de sair dos Forgotten Suns, acedeu ao pedido de um seu grande amigo e companheiro de palco, o baterista e letrista Ricardo Daniel, para compor uma canção a partir de um poema seu. Em cerca de 40 minutos nascia “Finge Só Que Sim”. Durante os cinco anos seguintes surgiram mais 8 canções e com elas a banda Cambraia, onde cantava pela primeira vez na sua língua materna a sua música e a poesia de Ricardo Daniel. Hoje em dia os Cambraia continuam a ser o projecto musical que o Tiago dedica à sua língua e à tradição musical e cultural do seu país, Portugal.
Também outro projecto de canções em inglês, português e italiano contou com a sua criatividade e dedicação durante alguns anos (2008-2013) e alguns palcos: Casual Attraction. Nesta banda explorou o trabalho colaborativo dividindo letras, músicas e alguma escrita de canções com uma cantora e songwriter que muito admira: Stella Sousa. Foi também durante a fase final desta banda que trabalhou pela primeira vez em música original com o seu guitarrista/baixista e amigo de sempre: Pedro Soares.
Durante todos estes anos foram sendo compostas canções que não cabiam em nenhum dos seus projectos e, a partir de 2012, o Tiago decidiu que estava na hora de assumir a sua identidade individual numa carreira a solo. Decidiu então criar um crowdfunding através da plataforma ppl.pt e conseguiu alcançar o valor necessário para iniciar a produção de Half Full, o disco com que agora se lança. Escreveu muitas mais canções, mesmo até ao derradeiro momento da mistura final (a canção The Same Mistake Again quase não entrou no disco) até que finalmente seleccionou as 15 canções que compõem o álbum.
Half Full é um disco sobre amores e desamores, humores vários, guerra, crise financeira, religião, filosofia, política, espiritualidade. Tudo isto define Tiago Barbosa, que defende que um artista tem o direito e o dever de procurar conhecimento, ser provocado e provocar, pensar e fazer pensar sobre todo e qualquer assunto, emocionar-se e emocionar, viver e deixar viver. A sua música sempre foi o meio que escolheu para abraçar as suas lutas e fá-la para todas as pessoas de todas as origens e identidades. É a elas que quer chegar. É com elas que quer estar, seja através de auscultadores, colunas do carro ou frente a frente num palco em qualquer parte do mundo.
No dia 30 de Abril de 2019 convocou 100 pessoas muito ligadas pessoal e profissionalmente a si e ao seu percurso para apresentar o seu “Half Full” em palco pela primeira vez, enchendo o pequeno mas mágico auditório Carlos Paredes, em Lisboa. A si juntaram-se 4 brilhantes músicos: o guitarrista Pedro Soares, o baterista Nelson Caetano, o baixista João Sanguinheira e a pianista Íris Sarai. Foi uma noite intimista, muito emotiva, memorável. Um daqueles momentos irrepetíveis para guardar no departamento das memórias felizes.
Com a sua banda, um mês mais tarde, chegou o momento do primeiro teste perante um público constituído por gente de todos os continentes. Agora se veria se a sua música era de facto universal. De Lisboa para o mundo. Além disso iria tocar na sua cidade, na sua sala de concertos preferida, a Aula Magna e fazendo a primeira parte de uma das suas bandas favoritas, os Marillion. Foram 40 minutos que pareceram 5. Tudo correu bem. O público reagiu muito bem e o feedback não podia ser melhor. Estava provado que Tiago Barbosa era um artista internacional, pronto para conquistar públicos em palcos de todo o mundo. Venham eles.